segunda-feira, abril 18, 2005

Marcas do que se foi

Este ano quero paz no meu coração
quem quiser ter um amigo
que me dê a mão
o tempo passa e com ele caminhamos todos juntos
sem parar nossos passos pelo chão vão ficar
marcas do que se foi
sonhos que vamos ter
como todo dia nasce novo em cada amanhecer (uôô)

A título de informação, quem cantava isso era uma banda chamada "Os Incríveis". Lembro que aqui em casa tinha um compacto com eles cantando o Hino Nacional, mas não sei o que tinha no outro lado. Ai, acabo de denunciar a idade horrivelmente com essa frase...rsrsrs
Bom, mas isso não tem a menor importância. Nem a minha idade, nem o autor da música.

Por que esta música está aqui hoje? Acho que me lembrei dela por causa do final de semana entre amigos, aqueles amigos de muito tempo que já tem o seu lugarzinho cativo no meu coração.
Já vivemos muita coisa juntos e, graças a Deus, isso ao que parece não congelou ninguém. Estamos todos sempre em mudança e crescimento, todos ainda com muito o que aprender.
Em todo esse tempo, muita coisa aconteceu e muita ainda está para acontecer.
Todos passarão por situações e momentos que os outros não entendem, simplesmente porque não estão vivendo a mesma situação e porque não são pessoas iguais. É simples assim. Todos temos medo, todos temos coragem, todos temos dúvidas. O que nos difere são apenas os momentos de nossas vidas em que te(re)mos que lidar com isso.

A minha vida mudou totalmente nos últimos anos. Eu mudei muito. E movimento gera movimento. Por isso, em um certo momento, achei que isso ia envolver pessoas também. E acho até normal que isso aconteça, porque acontece em qualquer relacionamento, seja ele de amor ou amizade.

Por que não é fácil aceitar as mudanças? Por que é preciso julgar, rotular e opinar em vez de simplesmente aceitar, tentar compreender e apoiar?
Quando penso nisso, vejo o quanto é difícil para nós, seres humanos, lidar com a mudança. Todo mundo quer se manter na sua "zona de conforto", seguro e tranquilo, muitas vezes se recusando a crescer.
É verdade, crescer dói.
E às vezes nós crescemos e achamos que os outros ficaram "parados" no tempo, simplesmente porque a eles não se apresentou nenhuma oportunidade de crescimento. E ela não vem só pela dor (embora seja mais comum), vem também pela alegria (como ter um filho, por exemplo).
Mas se nós estamos "parados", isso não deve nos impedir de olhar o crescimento do outro com alegria, e não com receio. De compartilhá-lo e apoiá-lo, e não julgá-lo. Da mesma forma, se nós estamos em movimento, não temos que olhar para quem está "parado" julgando-o errado ou com medo, ou mesmo invejando seu conforto.
Simplesmente devemos aceitar as pessoas como elas são e respeitar os momentos que vivem, principalmente se somos amigos.

Neste final de semana acho que resgatei algo. Ainda não sei bem o quê.
Vi claramente o quanto já ficou pra trás, e quanta coisa mudou em mim e na minha vida.
Enxerguei novamente a minha "zona de conforto" e até sonhei com ela, embora perceba que ela mudou sua configuração agora.
Mas voltei feliz. Meus amigos estão aqui em volta, vivendo cada um a sua própria história, próximos de mim. O tempo passa e caminhamos todos juntos, ainda. Cada qual com seu ritmo de passadas, mas prontos para se dar as mãos, se assim for necessário. E isso, sim, é o que importa. :)

Um comentário:

Anônimo disse...

oi marisa!!
Dá agua que voce bebe, que ilumina e cordena tao bem suas ideias e seu raciocíno voce me serve um pouquinho??
hoje voce escreveu muito do que se vive, e de forma extremamente concisa..
bjs..