sexta-feira, abril 29, 2005

Puxando a brasa

Em geral não sou muito de fazer propaganda dos meus feitos. Mas aproveitando que estou passando por uma fase "gente grande", hoje vou fazer.
Depois de muitos e muitos e muitos anos (nem sei mais quantos), comecei a colocar a poesia pra fora das gavetas. Já mandei pra concurso, já fui selecionada em duas antologias, e agora comecei a publicar em um site literário chamado "A Garganta da Serpente".
Quem quiser visitar pode clicar aqui: www.gargantadaserpente.com/toca :)

quarta-feira, abril 27, 2005

Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz

Esse é o nome de um livro para "crianças" que tenho, mas que guardo em um lugar especial na minha estante e ao qual recorro sempre.
O livro é de Otavio Roth e diz apenas (?!) o seguinte:

Pintinho saindo do ovo
Começar caderno novo
Alegria do meu povo
Espaguete al dente
Um pé de meia quente
Melancia sem semente
Acordar com cafuné
Visita pela chaminé
Estalar os dedos do pé
Queijinhos vindos da França
Menina loira com trança
Dom Quixote e Sancho Pança
Barquinho na enxurrada
Queijo com goiabada
Beijinhos da namorada
Joaninha no nariz
Respingo de chafariz
Fazer um amigo feliz
Estrelinha piscando no céu
Melar o dedo no mel
Abrir clipe de papel
Alguém sempre por perto
Um saco de bombom aberto
Uma rima que deu certo

São tantas as pequenas coisas que estão presentes no nosso dia-a-dia e às quais muitas vezes esquecemos de dar valor...
Passamos todos por momentos muito difíceis em nossas vidas, em que a esperança se esvai e achamos que tudo dará errado!
É por isso que tenho esse livro: para me lembrar que a felicidade está nas pequenas coisas, em momentos, e que às vezes só é preciso mudar a direção do olhar para enxergar isso.
Eu acrescentaria a essa lista coisas como sentir cheiro de café fresquinho no meio da tarde (ah! ter mãe em casa é um luxo só!), ouvir gargalhada de criança, reencontrar um velho amigo, rir sozinha lendo um bom livro... e tantas outras coisas!
Que tal cada um de nós fazer a sua listinha? É um bom exercício para perceber como são muitas as coisas que amamos e que, como diria aquela propaganda, não têm preço! :)

terça-feira, abril 19, 2005

Tudo a ver

Hoje recebi este texto e achei que tem tudo a ver!
Adoraria tê-lo escrito, mas como não fui eu, dou o crédito:
Ele é da Cristiane Adami Perozzo, que pode ser lida no http://pretensoes.zip.net/.

Bálsamo

Às vezes, você não quer uma aparelhagem nova de som e vídeo de última geração. Quer apenas que alguém lhe mande flores. Não importa se elas murcham logo – até isso acontecer, o perfume inebria, a beleza traz boas recordações, o toque de veludo conforta.
Nem sempre você quer que lhe desejem coragem, ousadia, iniciativa. É bom ouvir que, independente de qual for sua decisão, alguém lhe apoiará, desde que a escolha seja sua, e não fruto de conveniências ou de expectativas dos outros.
Às vezes, você só quer sentar no colo, sentir o calor de um abraço apertado, repousar a cabeça sobre um ombro, e chorar. Sem dar explicações ou motivos, apenas soluçando mágoas, sentindo que as lágrimas riscam seu rosto, mas que alguém as contém com um movimento de mão.
Às vezes, você só quer abrir a janela, gritar para o mundo e perder o controle, pois não é fácil – nem saudável – manter uma postura de perfeição. De vez em quando, você precisa de tempo para nada, para apoiar as pernas no sofá e ler, ouvir música, ou fingir que conversa com o teto.
Às vezes, você quer que seus pais não façam cobranças, que deixem você ser adolescente de novo, porque a vida adulta não é fácil para ninguém - e você sente que não vai suportar o peso das pressões a todo momento. Nem sempre a dor é aprendizado. Às vezes, você gostaria de ter aprendido apenas lendo nos livros, ou ouvindo a história de alguém. Sem precisar se machucar, porque as cicatrizes permanecem para sempre. E mais do que a lembrança da superação, elas são, também, a lembrança de momentos tristes, e que nem sempre curam-se por inteiro.
De vez em quando, você quer ficar sozinho, mas nunca solitário. Não quer a companhia vazia da televisão, enquanto faz o café na cozinha. Às vezes, você quer sorrir, mas não sabe como. E deseja apenas que alguém lhe ensine, sem ter que fazer anos de terapia para encontrar o próprio sorriso no seu interior.
Às vezes, você não quer usar palavras complicadas, e nem palavras óbvias – simplesmente não quer palavras. Quer apenas dizer tudo e mais um pouco com um olhar, um apelo, uma súplica.
Às vezes, você não quer ouvir mensagens de consolo, nem a piadinha de que tudo é passageiro – menos o motorista e o cobrador. Quer ficar em silêncio, ouvir a própria pulsação, sentir o coração batendo – e, de preferência, por alguém que não seja você mesmo.
Porque nem sempre você acredita naquela história de que precisa encontrar sua cara-metade – mas, às vezes, você cansa de tentar ser auto-suficiente, e quer alguém a seu lado, para dividir emoções, apoiar, e ser apoiado.
Às vezes, você é um pouco intolerante ou egoísta – e gostaria de não se culpar por isso, porque todo ser humano tem suas fraquezas. Às vezes, você quer fugir para qualquer lugar, e aí descobre que qualquer lugar é sempre aqui. Em você mesmo. E não adianta fugir, porque a fuga é um bálsamo passageiro – mas, às vezes, necessário.
Em um dia, você ganha uma aparelhagem de som e vídeo de última geração. No outro, você recebe flores.

segunda-feira, abril 18, 2005

Marcas do que se foi

Este ano quero paz no meu coração
quem quiser ter um amigo
que me dê a mão
o tempo passa e com ele caminhamos todos juntos
sem parar nossos passos pelo chão vão ficar
marcas do que se foi
sonhos que vamos ter
como todo dia nasce novo em cada amanhecer (uôô)

A título de informação, quem cantava isso era uma banda chamada "Os Incríveis". Lembro que aqui em casa tinha um compacto com eles cantando o Hino Nacional, mas não sei o que tinha no outro lado. Ai, acabo de denunciar a idade horrivelmente com essa frase...rsrsrs
Bom, mas isso não tem a menor importância. Nem a minha idade, nem o autor da música.

Por que esta música está aqui hoje? Acho que me lembrei dela por causa do final de semana entre amigos, aqueles amigos de muito tempo que já tem o seu lugarzinho cativo no meu coração.
Já vivemos muita coisa juntos e, graças a Deus, isso ao que parece não congelou ninguém. Estamos todos sempre em mudança e crescimento, todos ainda com muito o que aprender.
Em todo esse tempo, muita coisa aconteceu e muita ainda está para acontecer.
Todos passarão por situações e momentos que os outros não entendem, simplesmente porque não estão vivendo a mesma situação e porque não são pessoas iguais. É simples assim. Todos temos medo, todos temos coragem, todos temos dúvidas. O que nos difere são apenas os momentos de nossas vidas em que te(re)mos que lidar com isso.

A minha vida mudou totalmente nos últimos anos. Eu mudei muito. E movimento gera movimento. Por isso, em um certo momento, achei que isso ia envolver pessoas também. E acho até normal que isso aconteça, porque acontece em qualquer relacionamento, seja ele de amor ou amizade.

Por que não é fácil aceitar as mudanças? Por que é preciso julgar, rotular e opinar em vez de simplesmente aceitar, tentar compreender e apoiar?
Quando penso nisso, vejo o quanto é difícil para nós, seres humanos, lidar com a mudança. Todo mundo quer se manter na sua "zona de conforto", seguro e tranquilo, muitas vezes se recusando a crescer.
É verdade, crescer dói.
E às vezes nós crescemos e achamos que os outros ficaram "parados" no tempo, simplesmente porque a eles não se apresentou nenhuma oportunidade de crescimento. E ela não vem só pela dor (embora seja mais comum), vem também pela alegria (como ter um filho, por exemplo).
Mas se nós estamos "parados", isso não deve nos impedir de olhar o crescimento do outro com alegria, e não com receio. De compartilhá-lo e apoiá-lo, e não julgá-lo. Da mesma forma, se nós estamos em movimento, não temos que olhar para quem está "parado" julgando-o errado ou com medo, ou mesmo invejando seu conforto.
Simplesmente devemos aceitar as pessoas como elas são e respeitar os momentos que vivem, principalmente se somos amigos.

Neste final de semana acho que resgatei algo. Ainda não sei bem o quê.
Vi claramente o quanto já ficou pra trás, e quanta coisa mudou em mim e na minha vida.
Enxerguei novamente a minha "zona de conforto" e até sonhei com ela, embora perceba que ela mudou sua configuração agora.
Mas voltei feliz. Meus amigos estão aqui em volta, vivendo cada um a sua própria história, próximos de mim. O tempo passa e caminhamos todos juntos, ainda. Cada qual com seu ritmo de passadas, mas prontos para se dar as mãos, se assim for necessário. E isso, sim, é o que importa. :)

domingo, abril 10, 2005

Faltam-me palavras

Faltam-me palavras. Busco-as em todos os cantos da casa, e não acho.
Provavelmente não se satisfazem com o uso que delas faço.
Devem sair à procura de mentes mais férteis, escritores de renome e de farta produção.
À nós, pobres pretensiosos poetas, escritores sem inspiração, só resta o improviso.
Faltam-me palavras. Busco e invento palavras novas, e delirante escrevo sem motivos.
Faltam-me palavras e eu já não ligo. Embarco na narrativa e perco a noção do perigo...
Faltam-me palavras e me sobram emoções.
Que bom, ainda estou viva.

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Ando precisando renovar minha fé no amor... Só por isso, lá vai:

Love is a many splendored thing
It's the April rose that only grows
In the early Spring
Love is nature's way of giving
A reason to be living
The golden crown
That makes a man a king

Once on a high and windy hill
In the morning mist, two lovers kissed,
And the world stood still
Then your fingers touched my silent heart
And taught it how to sing
Yes, true love
Is a many splendored thing

quarta-feira, abril 06, 2005

Achei lindo

"Se você realmente quer desfrutar a vida em toda a sua riqueza, tem que aprender a ser incoerente, a ser coerentemente incoerente. Ser capaz de ir de um extremo ao outro - às vezes profundamente enraizado na terra e às vezes voando alto no céu. Às vezes fazendo amor e às vezes meditando. E então, aos poucos, o seu céu e a sua terra ficarão cada vez mais próximos e você se tornará o horizonte em que eles se encontram."

Osho - Faça o Seu Coração Vibrar, Ed. Sextante

Li sobre Osho pela primeira vez na "Vida Simples". Então fui fuçar a internet e descobri este site: www.osho.com . Posso dizer sobre Osho, apenas, que ele é considerado um líder espiritual, mas pra lá de polêmico. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre suas idéias, pode navegar pelo site, que tem versão em português.