domingo, setembro 11, 2005

Tudo o que eu devia saber na vida aprendi no Jardim de Infância

Hoje estava lendo uma reportagem no Globo, intitulada "Não dói dizer ‘por favor’, ‘obrigado’ e ‘bom-dia’" e me lembrei desse livro do Robert Fulghum - Tudo Que Eu Devia Saber na Vida Aprendi no Jardim-de-Infância.
A matéria fala sobre a crescente falta de educação dos cariocas, constatada em conversas com profissionais que lidam diretamente com o público. Tudo bem, esses profissionais muitas vezes também nos tratam pessimamente; mas isso já é outra história.
O Fulghum fala sobre coisas triviais, banais, mas nem por isso menos extraordinárias. Sobre o vizinho. Sobre as crianças. Sobre cartões de natal. Em uma das histórias do livro, está o "credo" dele, que aqui transcrevo.

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Tudo que eu preciso mesmo saber sobre como viver, o que fazer, e como ser, aprendi no jardim-de-infância. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano de um curso superior, mas no tanque de areia do pátio da escolinha maternal. Vejam o que aprendi:

Dividir tudo com os companheiros.
Jogar conforme as regras do jogo.
Não bater em ninguém.
Guardar os brinquedos onde os encontrava.
Arrumar a bagunça que eu mesmo fazia.
Não tocar no que não era meu.
Pedir desculpas, se machucava alguém.
Lavar as mãos antes de comer.
Apertar a descarga da privada.
Biscoito quente e leite frio fazem bem à saúde.
Fazer de tudo um pouco - estudar, pensar e desenhar, pintar, cantar e dançar, brincar e trabalhar, de tudo um pouco - todos os dias.
Tirar uma soneca todas as tardes.
Ao sair pelo mundo, cuidado com o trânsito, ficar sempre de mãos dadas com o companheiro e sempre "de olho" na professora.

Tudo que você precisa mesmo saber está por aí, em algum lugar. A regra de ouro, o amor e os princípios de higiene. Ecologia e política, igualdade e vida saudável.
Escolha um desses itens e o elabore em termos sofisticados, em linguagem de adulto; depois aplique-o à vida de sua família, ao seu trabalho, à forma de governo do seu país, ao seu mundo, e verá que a verdade que ele contém mantém-se clara e firme. Pense o quanto o mundo seria melhor se todos nós - o mundo inteiro -fizéssemos um lanche de biscoitos com leite às 3 da tarde e depois nos deitássemos, cada um no seu colchãozinho, para uma soneca. Ou se todos os governos adotassem, como política básica, a idéia de recolocar as coisas nos lugares onde estavam quando foram retiradas; arrumar a bagunça que tivessem feito.
E é verdade, não importa quantos anos você tenha: ao sair pelo mundo, vá de mãos dadas, e fique sempre de olho no companheiro.

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Ingênuo? Infantil? Pode até ser. Mas eu queria - ah, como eu queria! - que a gente se lembrasse mais e se comportasse mais como quando ainda tínhamos a pureza das crianças...

Um comentário:

Santos disse...

é delicioso o jeito que voce posta, gotaria de ve-la postando mais. mas sei que depende de tempo e de inspiração.
Espero que esteja tudo bem contigo.
bjs
Daniel Santos(telelistas)